quinta-feira, 8 de setembro de 2011

Esporte educacional.mov

Manifesto dos professores de educação física do SEPE

Dia do Professor de Educação

Física é 15 de Outubro!

Em época de realização de copa do mundo e olim-píada

vivemos a euforia dos capitalistas pelo lucro

destes megaeventos, e dos seus prepostos no setor da

indústria esportiva, uma das mais lucrativas do mun-do.

Seus “testas de ferro” são os membros do Conse-lho

Federal de Educação Física, apadrinhados pelas

grandes corporações nacionais e multinacionais, pelo

sistema desportivo nacional (COB), grandes clubes,

empresários de academias, de faculdades privadas e

por governos municipais e estaduais.

Foi este grupo conservador que se submeteu ao trá-fico

de influência no Congresso Nacional para apro-var,

no dia 1º de setembro de 1998, a lei 9696/98,

com apenas seis artigos, que “regulamenta” a profis-são

de educação física e cria o sistema Confef/Cref´s.

Forjaram, a partir daí, o dia nacional do que eles cha-mam

de “profissional” de educação física, como pro-paganda

institucional de um projeto que tenta desqua-lificar

este professor enquanto um segmento dos tra-balhadores

da educação.

Desde então os professores de educação física têm

sido alvo das ações oportunistas daqueles que se apre-sentam

como seus “defensores”, encastelados na es-trutura

do sistema Confef/Cref´s, usando a educa-ção

física brasileira como moeda de troca junto a

aparelhos do Estado para satisfazerem seus interes-ses

corporativistas (seguindo os moldes da OAB,

CRM, CREA etc.). O sistema Confef/Cref´s utiliza

“fiscais” (escoltados pela polícia) para exercer a co-erção

sobre os muitos professores que atuam em es-colas,

clubes, academias etc., ameaçando de prisão

(mesmo em se tratando de trabalhadores graduados,

regulamentados pelo MEC) quem não possui filia-ção

a este conselho profissional.

A este respeito já existem inúmeros pareceres jurí-dicos

que estudaram a questão da docência no siste-ma

regular de ensino. Os mesmos são unânimes quanto

a não obrigação de registro de professores para a prá-tica

docente. No ano de 2002, o Parecer do Conselho

Nacional de Educação (Parecer CNE/CES 0135/02)

ratificou, em consulta do próprio Confef, que “O exer-cício

da docência (regido pelo sistema de leis de di-retrizes

e bases da Educação Nacional) não se con-funde

com o exercício profissional”.

Desde o início do processo em defesa da regula-

mentação da profissão seus representantes, atuais di-retores

do Confef e dos vários Cref´s, não se intimi-daram

ao propagarem um discurso que minimizava a

educação física à mera prática mercantil, lhe impon-do

um caráter apenas esportivo, voltado à saúde e sem

dar destaque ao caráter educacional e da formação

humana contida neste campo de conhecimento. Na

busca por maior número de adeptos, construíram a

falácia de que a regulamentação viria apenas para o

campo não-escolar, ou seja, aqueles ligados à área

do fitness em geral. Alegavam que, pelo fato do

campo escolar já possuir sua própria regulamenta-ção

emitida pelo MEC, não haveria motivos para

um controle específico.

No entanto, ao perceberem que não conseguiriam

montar os rendosos aparelhos dos vários Cref´s sem a

inscrição dos professores da escola, deram o golpe na

categoria. Mais uma vez submetidos ao tráfico de in-fluência,

induziram governos municipais e estaduais a

exigir em seus em editais de seleção pública, registro

profissional para a posse do cargo. Além disso, passa-ram

a exercer seu poder junto a inúmeros cursos de

graduação em educação física, intervindo na formação

dos futuros trabalhadores que se encontram submeti-dos

a um modelo de educação fragmentada, voltada ao

atendimento do mercado, secundarizando as questões

pedagógicas e da formação humana.

Num país cujas redes públicas de saúde e de edu-cação

encontram-se há muito destruídas e os serviços

essenciais foram privatizados para remunerar o capi-tal

através, principalmente, da majoração das tarifas

públicas de utilização e da corrupção, a mentira e a

alienação formam o eixo organizador da consciência.

Não permitiremos que o professor de educação físi-ca

seja utilizado pelos governantes e seus prepostos

como pivô da alienação e da mentira. A cultura cor-poral

é patrimônio da humanidade e não deixare-mos

que se submeta à lógica do capital, da fragmen-tação

das relações humanas e de trabalho. O esporte

contemporâneo é apenas parte desta cultura, que tem

na dança, nas lutas, nos jogos, na recreação, os con-teúdos

essenciais para a formação humana. Organi-zaremos

a luta contra todos que desejarem fragmen-tar

a educação tentando retirar a educação física da

área das ciências humanas e sociais.



1º de setembro é mercadoria da indústria esportiva

SINDICATO ESTADUAL DOS PROFISSIONAIS DA EDUCAÇÃO DO RIO DE JANEIRO

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